21 July 2014

In Coma

A bela garota está aflita, querendo dizer alguma coisa, mas respeita a hora das palavras de Abrão.
-Como achas que pode voltar assim? Joel não responde, mas sabe que o desafio deve continuar.
-Joel, tudo em volta está deserto pra você agora. Sua vinda pra cá foi discutida pelos Superiores. Você pulou diversos estágios. Por isso não acredita nesse bem estar, por isso é o que menos conhece da Lei Divina. Por que quer fugir?
-Não quero assim. Prefiro passar por tudo o que eu tiver que passar para chegar aqui. Se estou menos preparado por que me trouxeram?
-Joel, não! – interviu a bela garota.
-Joel, conversei com os Superiores: Eles permitiram sua volta, mas infelizmente você não voltará ao seu planeta. Terá que avançar para outro.
-Como assim? Quero voltar para onde vim.
-Não dá, Joel. Você já estava adiantado, já estava cumprida sua missão há duas vidas antes. Terá que ir para outro lugar. – disse Abrão.
Joel se abala.
-Quer viver abaixo, Joel? Você já chegou aqui. Todos querem se dar bem espiritualmente para chegar o mais próximo do Deus-Pai Todo Poderoso.
-E a fé? Acha que não tenho fé? Acredito que pode me fazer cumprir corretamente para chegar até Ele.
-Joel está desfiando a Lei...
-E se eu acreditar que posso entrar na pedra e voltar ao meu planeta? Posso?
-Não. Se você acreditar que pode voar em seu planeta você terá que ser uma ave.
Joel começa a raciocinar mais um pouco, começa a ser convencido, mas não dá o braço a torcer. Ele ignora a postura de Abrão, porém sabe que os dizeres do Encaminhador podem ser o mais certo. Joel respira. Pensa que a possibilidade de se ferrar é grande, não quer pular etapas para chegar o mais perto do Divino. Quer saber ‘Por que’ teve essa chance, se é um cara normal, que não sabe de nada do que é – e que criou essa dúvida pelo que Oriente disse. “Você não é quem eu pensava que fosse”, disse –.
-Quero ir. Mesmo indo a outro lugar, preciso entender tudo antes de chegar aqui novamente. Não quero engolir tudo de uma vez, preciso mastigar as informações das minhas vidas. Idas e vindas.
Abrão sorri e diz que Joel é valente, pois quando chegar aos estágios menores vai se lembrar desse momento.
-Vai, Joel. Pode ir. Eu me viro com os Superiores.
Abrão mostra o caminho, aponta para o vão entre as pedras. A bela garota se despede de Joel, dá um beijo em seu rosto e diz que lhe ama. Abrão lhe sorri e o abraça fortemente.


*

06 July 2014

Add Me Now

Iwhw diz:


Ñ vai falar comigo?



Iwhw diz:

Hj vc falhou



Iwhw diz:

Decidiu sozinho?



Iwhw diz:

Como é? Vai fugir?



Iwhw diz:

Devia ter o bom senso de me responder



Iwhw diz:

Cadê? Cadê vc?



Iwhw diz:

Quem cala consente e eu vou te pegar de jeito



Iwhw diz:

Vou te dar mais um século pra me responder pelo que fez hj



Iwhw diz:

Problema seu



Iwhw diz:

Fiu



Iwhw diz:

Ops... Fui!!!!!



04 April 2014

mundo vaca

...sobretudo um capitalismo; daquele que vale mais do que sente.
quando a arte de ser um passa por cima da vontade de ser tudo por um dia.
vale dar razão ao instinto e é só por isso que estamos atentos. Mas vale a vida paralela.
Aquela que nosso desejo sonha cumprir pra sempre.
quem sabe hoje fosse eterno...

15 February 2014

demétrio - dica um

ao achar o demétrio toda a terra viva dependerá de seu dono. um único ser se apoderá do demétrio. e só o demétrio poderá modificar o destino do planeta. demétrio poderá ser arma de um ser aquatico. e de um ser humano. o demétrio é a balança da justiça de deus, o god, e de demon, o demo. o demétrio será achado e não será aceito em seu tempo. só o futuro preservará o demétrio.

Nananá Nananánãnaná

namourthejosué

Sept} Eles se paqueram no barranco e se beijam (de verdade de língua) pela primeira vez. Na sombra da figueira Ele desenha na terra uns paraísos. Raquel está pendurada no galho da árvore. Ele a chama para ver o desenho e Raquel pula do galho. -Veja nossa terra aqui, veja. Ela observa os rabiscos Dele e vê sol, lua, terra, água e fogo. -Temos sorte, Raquel – diz Ele. Raquel dá atenção à terra. -Temos figo e verduras; Mel e milho; além dos rebanhos. Raquel O encara. -Belos são os amores, irmã minha... Raquel levanta o queixo e O encara. -És formosa e seus olhos são como os da pomba... Raquel lambe os próprios lábios e O interrompe: -São os Cantares de Salomão de novo. -Mas é o que sei quando penso em você – diz Ele. Ela se aproxima da boca Dele e encosta nariz no narigão. Ele cede ao primeiro beijo ganho. Raquel enfia a língua na garganta Dele. Ele sente o poder do amor do coração pelo pinto. Ela O abraça e Ele toca a mão nos mamilos por cima da veste. -Desculpa... Foi sem querer – diz mentindo. -Vem, Josué. *

18 November 2013

Exista-me too

-Os sistemas das galáxias não estão gerando fontes de energia.
-E o que isso significa?
-Teremos um resultado final desproporcional ao destino.
-Sim, mas...
-Queremos saber o que significa!
-É, queremos!
-A explosão não pode ser imediata.
-Como? Sem preparo?
-Nenhuma explosão surge ao acaso.
-Sim. Sei disso, Responsável, mas como?
-Tudo é gerado, toda força e energia é gerada.
-Sei e sabemos que toda explosão não vem , mas...
-É provável que além do Universo em que estamos outros estão.
-Então tudo é maior mesmo.
-Nada é maior que o espaço em que vive.
-Como?
-Nada é maior do que o espaço em que...
-Espera lá, Responsável. Como dois universos ocupam o mesmo espaço?
-Não estão no mesmo espaço, Pesquisador. Nós é que estamos.
-Não me venha com essa...
-O Pesquisador sabe que mais de doze mil galáxias formam um universo.
-Sim, mas... as minhas bactérias é que são minhas galáxias?
-Entendo sua neurose, Pesquisador. Mas suas galáxias ainda são suas.
 
*

07 October 2013

Da Carne Mística

Boris transpira impareja pela testa, sobe os dois degraus da recepção do Hotel Flora, sente uma fincada na lomba e é chamado pelo nome por uma funcionária elegante na recepção.
-Olá Senhor Boris! Senhor...
-Como sabe quem sou? – espanta-se.
-Temos a reserva paga pela prefeitura – sorri a recepcionista.
Duharte se mantêm vivo nas luzes invisíveis do alto quádruplo do primeiro teto. A recepcionista do hotel dá a volta no balcão, enquanto Boris encosta os braços e pergunta:
-Como sabe meu nome?
Duharte chega ao balcão e olha a televisão insuportável vendendo os espetáculos dos próximos dias.
A funcionária responde a Boris que as informações estão vivas e que o retroprojetor depende da pulseira ativa.
-Você nunca viu esta pulseira?
Boris nega com a cabeça e observa uma pulseira prata na recepcionista.
-Veja – ensina a recepcionista – abro uma tela com a mente...
Um holograma retangular se abre na frente de Boris;
-... teclo na câmera e aponto para seu companheiro.
Duharte está maravilhado com um anúncio na televisão do Hotel Flora. O retângulo clica uma foto de Duharte de perfil e logo aparece sua foto, com nome em branco, localização não definida. A recepcionista, vê que há algo de errado com a pulseira e repete a operação.
-Mas quanto custa?
-Sete um por dia – sorri a recepcionista. – Você pode comprar esta pulseira... Não consigo localizar o seu amigo, mas dá pra você ver qualquer pessoa, o que ela faz e o que já fez na vida, onde mora e muito mais.
Duharte grita:
-Boris, jogo! Jogo!
Ele acalma Duharte enquanto vê uma propaganda de um jogo de futebol e a recepcionista ativa a estadia.
-Quarto 23, sigam neste corredor.
-Não há chave?
-Não, apenas seus olhos abrem a porta.
Duharte está empolgado com o jogo, Boris diz que vai levá-lo no quarto e volta pra saber da pulseira.
*

10 September 2013

In Coma

-Joel! – alguém o chama novamente, mas não há ninguém por perto. – Aqui em baixo!
 A cobra de listras vermelha e azul, América, rastejando sobre o gramado verde.
-Vim devolver o seu olfato. – disse a cobra. Joel agradece, mas a cobra lhe dá uma notícia desagradável – em compensação comi seu amigo sapo.
-O quê? – Joel viu que o sapo poderia lhe ajudar a voltar para a Terra.
-Sim, ele queria liquidar comigo e o comi antes que alguém me matasse por ele.
-Eu precisava dele pra voltar...
-Precisava nada, esse sapo iludia os coitados, propondo lugares inusitados e atalhos para chegar à Deus em troca de minha destruição.
-Então não existe esse negócio de entrar na pedra e voltar? – perguntou.
-Lógico que não. – respondeu a cobra mostrando a língua. Joel suspeitou. Ninguém falou bem dela enquanto esteve nesse lugar. Ela está mentindo, pensou.
Seguiu o caminho para o local onde o sapo ficava, perto das pedras. A cobra ficou zombando dele enquanto caminhava mais aflito. Sua oportunidade estava indo para o espaço. A cobra comeu o pobre do sapo, só porque ele não gostava de seus conceitos, da sua arrogância, de seus furtos excessivos e de suas dívidas com as pessoas. Pelo menos devolveu a Joel o olfato.
Quando encontra o caminho vê que no lugar do sapo está Abrão. Sentado e olhando para Joel. Atrás dele aparece a bela garota, dedo-duro, pensou Joel.
-Quer voltar mesmo, hein. – disse Abrão se levantando. –Aqui é o seu lugar, Joel.
*

17 July 2013

Exista-me too

-Desculpe ser enxerido, mas como anda seu coração?
-Não bate bem.
-Porque?
-Eu tinha um companheiro...
-Você tem filho?
-Não, isso que é pior; ele se foi num desleixo do centro.
((((A CTAU então não é eficaz!))))
-Foi o primeiro a diminuir a estrutura corporal.
-Como assim?
-De tamanho.
-Ficou menor?
-Ficou minúsculo.
-Humm...
-Bom, aqui é a seção de promessas internacionais.
((((não mude de assunto, continue))))
-Temos pesquisas solucionadas comprovadas e...
-O que aconteceu com ele?
-O centro não soube traze-lo de volta ao tamanho normal.
-Ele ficou pequeno pro resto da vida?
-Sim, ficou minúsculo.
-Pena.
-Ele queria de certo reproduzir comigo.
-A viagem não deu certo? Ele morreu?
-Quase... Mas ficou minúsculo e terminamos.
-Seu companheiro ainda vive?
-Sim, na cúpula de pesquisa corporal.
-E agora? Como bate seu coração?
-Não bate bem. Esquenta com lembranças vazias.
-Tem medo de sofrer?
-Tenho. Mas prefiro não influenciar ninguém.
-E se alguém quiser reproduzir contigo?
-Sou profissional e quero ver a ciência sem filhos.

*

05 July 2013

Das Urkschesvcün


''Una fulor pá los dios papas en trono di Simón"
(di Retro)

N'amour the Josué

Sisme }


Ele cutuca os vãos dos dentes com um galho.
Concentrado no fiapo de carneiro enfiado no canino.
Raquel lança um balde vazio no chão e O assusta.
-Acorda! – grita Raquel.
Josué coça a barba e sorri.
-Ajuda-me com as compras? – diz Raquel.
Ele observa as sacas e se levanta sorridente.
-São tão poucos...
Josué cospe um fiapo na terra de areia e diz:
-Desejo muito sua sombra e debaixo dela me assento.
-Quê? – pergunta Raquel.
Ele repete a citação de Salomão mas Raquel O interrompe.
-Ajuda? – ela aponta para as compras.
Ele solta o graveto dos dedos no chão e diz:
-Que sua mão direita me abrace e a sua mão esquerda...
-Josué! Não quero palavras agora, apenas ação.
Josué acha que a paixão será momentânea com Raquel.
Mas ainda quer beijá-la.
Quer ajudar com as sacolas para tocar seus mamilos.

*

19 June 2013

A Ordem Oculta -


INFORME PUBLICITÁRIO

Unida Como Um.
Unidade Comum.

Da Carne Mística

Seu Junto sentado sob a tenda armada, chacoalha o joelho inquieto fitando o horizonte sem luz. Seu Dono força um olho permanecer com uma fresta ainda aberta. Um motor quebra o silencio e a luz surge pela estrada do Mirante. Seu Dono levanta a sobrancelha sem mexer a cabeça. Seu Junto muda a inquietação, respira fundo e diz, rouco e incerto:


-Sabem de uma explicação que jamais virá a nós?

Seu Dono abre o outro olho com cuidado. Seu Junto não espera:

-A profecia que vem aos oito é a estrela da manhã!

E 3 segundos depois...

-A estrela Dalva é uma e – solta Seu Dono forte!

-Não... – mais forte Seu Junto corta ligeiro.

-Senhores! –chega e interrompe Pururucana ajeitando a cadeira ao lado de Seu Dono;

-Opa, opa, não! Não é a estrela Dalva. A estrela da manhã é o

Sol! – afirma Seu junto convicto – Só pode ser! As letras falam disso, oras porra!

Seu Dono sai do cochilo enquanto Pururucana respeitoso se acomoda em sintonia.

-Quem era o anjo caído na mitologia? – Pergunta Seu Dono no escuro do céu.

Pururucana alarga o sorriso e se ajeita para vigiar o céu preto.

-Aliás, onde você deixou Filial? – Pergunta Seu Dono.

Pururucana não entende. Um segundo é muito para Seu Junto:

-Quem levou Filial foi Juvenil! – respira.

-Ah – coça a coxa três vezes Seu Dono.

*

14 April 2013

In Coma

Joel pensa em pular o muro pra ver se o outro lado é mais interessante do que estar num lugar em que ele vê o que quer, que escuta o que tem que escutar. Quer saber que a morte lhe traz descanso, não loucura. Lembra muito bem do tiro que tomou no peito, Mas não quer que o céu que os evangélicos pregam fosse esse manicômio onde se fala com cobras e sapos.
-Joel, o que aconteceu com você? – preocupou-se a bela garota.
-Não sei. Não estou bem.
-Mas ficará depois que entender o que está fazendo aqui. – explica a bela garota. –Venha vou te mostrar uma coisa.
A bela garota segura a mão de Joel. Eles caminham em direção ao arvoredo. Joel conta sobre sua vida na Terra. Sua namorada, sua família, seu emprego. A bela garota faz análise de Joel e o define:
-Você está assim porque não sabe a razão da sua vinda.
Ela conta que em todos os planos espirituais e visuais há o objetivo que todos buscam chegar a Deus. Diz que Joel pulou as fases, passou pelas escalas e pelos planos direto ao lugar mais próximo que existe de Deus. Talvez por suas ações.
-Quero saber de uma coisa. – Joel agora está realmente pensando em ir atrás do sapo que lhe ofereceu a volta para a Terra. –Se eu fugir acontece alguma coisa?
-Por que quer fugir? Aqui a gente não faz nada a não ser se alimentar de conhecimentos.
-Quero voltar. Não quero ficar aqui.
-Saiba que sua volta pra cá pode demorar mais. – disse a bela garota. –Mas você pode pagar aos poucos, seus pecados, suas diversas vidas.
Joel pensa realmente em matar a cobra e correr para entrar no meio das pedras como lhe disse o sapo.
-Você não percebeu que aqui é vazio porque nem todos têm a chance de chegar, ás vezes demora muitos anos. Evolução dos Sentidos, Joel.
-Mas eu prefiro ir. – Joel decide ir atrás do sapo.
-Joel, não faça isso. Esse não é o Grande Momento! Não podemos nos precipitar! Joel!
-Eu não quero fazer parte dessa loucura. –Joel anda na direção em que encontrou o sapo.
-Joel! Você pulou as etapas. – desespera-se a bela garota para convence-lo. –Quando chegar nos níveis mais baixos irá entender o que é aqui.
Joel se vira bruscamente e grita:
-O que é aqui? – a bela garota se cala, pressionando os lábios, como se soubesse da resposta sem poder dizer. Joel se volta para o caminho que quer enfrentar.
-Joel! –alguém o chama novamente, mas não é a bela garota e já não há ninguém tão perto.
-Joel! –disse a bela garota. –Tudo tem seu tempo. Saberá na hora certa.
Joel já não dá mais ouvido à bela garota, decidiu que não quer ficar nesse lugar de gente besta, que não reza; que esperam por um Deus que não chega; fazem organizações ridículas, prevêem o futuro, descobrem o passado, e conversam com caras boas, o que o faz ler tudo como falso.

*

13 February 2013

ADIOS

Exista-me too


-Aqui é o sistema de energias. As galáxias estão aqui.

-Onde?

-Agora não, pesquisador. Tenho que cumprir as ordens de leva-lo ao complexo.

-Tudo bem.

-Onde ele está agora.

-Mora comigo. Eu cuido dele. Não o vejo, mas escuto-o.

-É sobre coração?

-Não consegue copular. É muito pequeno.

-Cócegas?

((((que absurdo, pesquisador))))

-Não. Aqui está o complexo. Senha autorizada.

-Nossa! Aquela é a nave gêmea?

-Sim, e é enorme.

-Já tinha visto, pesquisador?

-Claro que já, foi ele que começou o processo de idealização.

-Sim, sim. Esse é o Responsável.

-Boa?

-Boa

-Soube que o senhor está por dentro de tudo já.

-Nem tudo.

-Ele é modesto.

-Senhores. Tenho que voltar aos meus afazeres.

-Ok, muito obrigado.

-Ah, diga ao Líder que logo entregarei o relatório.

-Pode deixar. Tchau, pesquisador.

-Tchau.

-Tchau pra você também.



*


23 January 2013

In Coma

-Então Deus muda o que escuto e o que realmente tudo é?
As pessoas que brincam com o bebê param e olham para a direção de Joel, silêncio exceto por África que dá uma gargalhada gostosa e um belo sorriso para a bela garota. Abrão se volta com a calma e a paciência para Joel.
-Não, você vê o que é justo para seu entendimento. Merecerá saber mais se compreender as ordens do Senhor e respeita-las. Assim é, Joel. As leis do Senhor estão contigo, dentro do seu coração. Viva com a sabedoria, mas não espalhe-as para quem não está preparado. Tem pessoas que não sabem disso que te falei. – diz voltando-se para o grupo.
-Abrão, só pra eu entender...
-Pensa, Joel. – diz firme.
Joel pensa que não quer mais saber dessa loucura.
-Quero voltar. Não quero ficar aqui. – disse alto para que todos pudessem ouvir.
Abrão olha para Joel.
-Não pode, Joel. Sinto muito. – disse Abrão tristemente. – Mas vou ver o que posso fazer por você.

*

21 December 2012

N'amour the Josué

Quinti }

Amanhece o domingo e Ele come bolo de mel.
Pensa em Raquel.
Conversa com a alma do pai.
Esquece o final da noite anterior.
Lembra que os meninos combinaram meio dia.
Eles irão para a casa da colina com moedas.
Com vinho Ele havia confirmado presença.
Sem vinho Ele sente o toque da boca de Raquel.
Maria O observa sonolenta pela porta dos fundos.
Josué sentado no barranco do quintal cospe forte.
Ele cutuca os dentes com gravetos da moita.
-Você não dormiu ainda? – pergunta a mãe descabelada
Ele confuso sorri enquanto Maria coça um olho.
O vento matinal mexe a figueira do quintal.
Ele encara a árvore que dança na brisa.
Maria arruma a franja da testa e diz entrando:
-Sarah me disse que Raquel te acha um anjo.
-Quê? – espanta-se Ele – O que disse?
-Ela te acha um messias, um líder, um príncipe.
Ele sente um gosto ruim na garganta.
O Seu cérebro incha, seu coração queima.
Josué entra na casa e se deita novamente.
Maria prepara o fogo pro pão.
Ele mexe o genital e imagina o peito de Raquel.
Ele pensa na boca dela tocando o Seu beiço.
Ele age rapidamente e explode de emoção.
Segura a meleca da mão e relaxa.
Maria prepara o chá e pensa quando O vê deitado:
-Anjo lindo. Seu pai terá orgulho quando voltar.
Ele tenta respirar lentamente; Finge que dorme;
Percebe que não vai levar a meleca tão longe;
Esfrega toda a riqueza nas coxas peludas;
Ama Raquel.

*

26 November 2012

O Livro de Adão 25



O Livro de Adão

O Salvamento de Leelite 


25 Ainda com vida Adão se engasgará com o sangue e sentirá seu livro ser roubado por Habitú. Adão balbuciará e Habitú com desdém armará outra flecha para liquidar de vez o último homem sem dor; e Adão dormirá.
25.1Com o Dragão cheio de flechas fincadas se estremecerá no chão; Habitú abrirá o último capítulo e o lerá sem matar o Dragão.
25.2 Com muita força o Dragão defecará dejetos amolecidos e fedorentos. Nestes dejetos podres algo se moverá; Habitú lançará mais sete flechas para matar o Dragão. E seguirá para os dejetos que se moverão;
25.3 O som de tosse surgirá dos dejetos e Habitú descobrirá a mão de Leelite, que saltará coberta de fezes escuros do Dragão e ela limpará seus olhos e perguntará: Mataste Adão?
25.4 E Habitú sentando-a sob a mangueira responderá: Com três flechas. E Leelite chorará e ficará desesperada.
25.5 E perguntará Habitú: Não era pra matá-lo, amada minha?
25.5.1 E ela dirá: Não. Nós perdemos o bebê!
25.5.2 E Habitú dirá: E nós perdemos o mundo! O Livro apenas serviria a Adão.
25.5.3 E saberão os últimos crentes que não se deve consolidar o desencarno da alma de outrem.
25.6 Partir-se-ão para o Rio Morarás com tristeza. E Habitú consolará Leelite: Muito difícil perder o bebê no primeiro dia de gestação. E Leelite dirá chorando: Preciso de um abraço! E Habitú a negará;
25.7 Primeiro vamos lavá-la pra tirar este odor de dragão. E Leelite caminhará chorando;
25.7.1Cheia de fezes; glorificada.

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Da Carne Mística



A cápsula voadora é veloz e suas curvas, milimetricamente rente aos prédios, são tão rápidas que nem mexem os corpos. Outras cápsulas estão na frente e atrás, numa precisão direcionada. O fluxo perfeito está na altura e na velocidade em que essas maquininhas seguem juntas. Boris tenta enxergar a frente do caminho enquanto as luzes ficam na retina em horizontais. A rodoviária ficou abaixo, a cápsula sobe em espiral entre a Cidade Grande, as luzes se aproximam e passam pelas laterais. Duharte tenta seguir as luzes e sua mente cerebral faz com que seu crânio se movimente como num campeonato de ping-pong chinês.
 Boris se abaixa quando um carro quadrado passa em cima da cápsula, a menos de dois metros de distância, na direção contrária.
-Boris! – grita Duharte – Olha lá, viu? Viu o que eu vi?
- A estátua se mexer?
-É.
-Estátua grande demais pra se mover – diz Boris.
-Chegamos! Hotel Flora! Vocês ficam aqui – quebra Genial.
A cápsula adentra na marquise do Hotel, posicionado a setecentos metros acima da rodoviária. Duharte sai da cápsula e bisbilhota contra a própria vertigem. A cápsula pára, abre a porta, um mensageiro os recebe e o cidadão ajuda a descarregar as mochilas.
-Bom Senhores, Sou Genial! Se quiserem conhecer mais da Cidade Grande, aqui está meu cartão, se quiser passo amanhã ao sol da ponta oeste.
Boris aperta a mão do cidadão e sem palavras concorda com a cabeça. Genial acena, entra na cápsula e desaparece com ela. Os dois turistas seguem o mensageiro e adentram o hotel. Duharte ainda numa partida de ping-pong observa todos os detalhes da Cidade Grande enquanto Boris, mudo, sente o coração passear pelo seu corpo. 

*